terça-feira, 18 de agosto de 2015

Ouvidoria: escutando e refletindo relações.

A experiência como funcionaria na ouvidoria estadual, tem nós levado a refletir sobre a importância das relações entre servidores e pacientes. Infelizmente são comuns registros nessa ouvidoria relacionados à indelicadeza de alguns de nossos colegas, que atuam na saúde em geral e aos quais não julgamos, pois sabemos que a ouvidoria tem como função ser um terceiro imparcial, diante dos fatos que aqui chegam. No entanto estas queixas tem nos levado a compreender o quanto acolher e escutar um cidadão pode significar, e neste sentido é possível pensarmos não somente no aprimoramento responsável em relação à demanda apresentada, informações e providencias, mas também como dispositivo capaz de gerar nas pessoas um pouco de alivio frente muitas vezes a um longo período de espera por uma consulta, exame ou cirurgia, o qual temos visto ser na maioria das vezes vivenciado com das dores no real do corpo, com escassez de informações, e com indiferença, que nós é relatada como sentimento de tristeza e humilhação. Assim pensamos que tais experiências, ao serem compartilhadas com aqueles que têm se disposto a ouvir, podem doer menos, e lembramo-nos de uma frase divulgada há alguns anos, que dizia: “acolher com amor, ameniza a dor”, e hoje fazemos uma substituição e diremos” escutar com o coração ajuda a valorizar um cidadão”. Queremos finalizar compartilhando a fala de uma cidadã que esteve ontem nessa ouvidoria. Ela disse assim “Aqui foi o primeiro lugar onde pude falar e ser ouvida, em geral nem deixam entrar, O que vocês fazem é muito importante”. Diante disso nos alegramos e nos preocupamos. Alegramos-nos pelo carinho e reconhecimento. Preocupamos-nos quanto ao evidenciar de praticas que se fecham para escuta e naturalizam a indiferença. Dessa forma encerro, pensando enquanto servidora desta ouvidoria, na importância das pessoas, seus direitos e suas histórias e no quanto nossas relações podem contribuir ou não, no aumento da angustia destas pessoas que já tanto padecem.

Fonte: Ouvidoria SUS/SESA-ES

Nenhum comentário:

Postar um comentário